Pai de Gabriela Munhoz conta que a filha recebeu centenas de e-mails com xingamentos
Demitida do Hospital Sírio-Libanês sob a acusação de vazar informações sigilosas sobre o estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, a médica Gabriela Munhoz, de 31 anos, diz estar recebendo ameaças de morte após o episódio e nega ter divulgado qualquer dado da paciente.
Demitida do Hospital Sírio-Libanês sob a acusação de vazar informações sigilosas sobre o estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, a médica Gabriela Munhoz, de 31 anos, diz estar recebendo ameaças de morte após o episódio e nega ter divulgado qualquer dado da paciente.
Em entrevista ao jornal O Estado
de S. Paulo, o pai de Gabriela, o também médico Mario Munhoz, de 58 anos,
afirmou que, desde que o caso foi divulgado, no último dia 2, a filha já
recebeu mais de 300 e-mails com xingamentos e ameaças. "São mensagens a
chamando de assassina, de vagabunda, dizendo que vão matá-la e que ela vai ser
perseguida para o resto da vida", disse.
Segundo Munhoz, a filha não está
em condições de dar entrevista pois está fazendo acompanhamento psicológico e
está muito abalada com a repercussão do caso.
No início da noite desta
terça-feira (7), a médica divulgou uma nota na qual afirma jamais ter divulgado
ou compartilhado imagens de exames médicos de Marisa Letícia, nem informações
sigilosas sobre seu diagnóstico. "Não tive contato visual ou pessoal com
ela nem com seu prontuário médico", diz ela, no texto. O pai de Gabriela
afirma que, se a filha tivesse acessado qualquer dado do prontuário da
paciente, haveria registro do acesso em seu login do hospital, o que não
aconteceu.
Sírio-Libanês demite médica suspeita de vazar exame de Marisa
Letícia
Segundo a versão da família,
Gabriela estava de plantão no pronto-socorro do hospital paulistano no dia 24
de janeiro, dia da internação da ex-primeira-dama, quando um ex-colega de
faculdade da médica compartilhou no grupo de mensagens da turma uma imagem da
tomografia feita por Marisa em um hospital de São Bernardo do Campo, no ABC,
vazada anteriormente por outro médico.
"Um
dos colegas, então, perguntou para a Gabriela se ela estava no Sírio e a
opinião dela sobre o exame. Ela confirmou que estava lá e classificou o padrão
da tomografia como "fisher 4" [escala que mede nível de sangramento
cerebral]. Mas ela falou isso exclusivamente pelo que estava vendo na imagem
compartilhada e não porque teve acesso a dados da paciente. Qualquer médico que
visse a tomografia teria condições de fazer essa avaliação. Ela não divulgou
nenhum diagnóstico, nenhum quadro clínico, ela simplesmente estava lendo um
exame", diz ele, que afirma ter todos os "prints" das conversas
de WhatsApp comprovando a versão da médica. As reproduções das conversas foram
registradas em cartório por meio de ata notarial, diz Mario Munhoz.
Na nota divulgada na terça,
Gabriela afirma que não fez "piadas ou ironias com o estado de saúde da
ex-primeira-dama", não desejou seu mal, nem deixou que qualquer ideologia
político-partidária interferisse na sua conduta médica. "Infelizmente,
acabei sendo usada em uma discussão política que jamais foi minha intenção.
Lamento muitíssimo o falecimento de Dona Marisa e qualquer aborrecimento que
esse assunto tenha gerado à sua família em um momento tão delicado e de tanto
sofrimento. Em nenhum momento, imaginei ou tive a intenção de produzir ou
acentuar ainda mais a dor dos familiares e amigos", declarou.
Marisa Letícia teve forte participação na vida política de Lula,
mas não foi primeira-dama atuante
O pai de Gabriela disse que a
família pretende, futuramente, entrar em contato com representantes do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para esclarecer o caso e provar que não
houve qualquer conduta indevida por parte da médica.
Gabriela trabalhava havia dois
anos e meio no Sírio e, além de dar plantões no pronto-socorro, fazia parte do
corpo clínico da instituição na área de reumatologia. Munhoz afirma que a filha
foi demitida por justa causa sem ter a oportunidade de apresentar sua versão
dos fatos.
Por causa da repercussão do caso,
a profissional foi demitida ainda de outro hospital privado onde atuava.
Procurado para comentar as declarações da médica e do pai, a assessoria do
Sírio-Libanês informou que o hospital não irá se pronunciar.
fonte R7
fonte R7
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